quinta-feira, 20 de julho de 2023

Poema Combate à Exploração Sexual de Crianças



No céu, havia uma estrelinha
E Deus apontou para ela e disse: “Vá para a Terra e seja feliz”.
Eu não vim na Terra para sofrer.

Um anjo sem asas, uma pequena semente.
Uma estrelinha, um pequenino ser.
Nasci frágil, indefeso e inocente.
Estou chegando, mas não vim para sofrer.

Sou puro, sou casto, sou seu protegido
Sou uma criança, eu confio em você.
Dependo de amor, quero ser seu querido.
E dou minha vida para você proteger.

Procuro seu colo qual filhote ao ninho.
E em qualquer perigo procuro sua mão.
Junto ao seu peito quero encontrar carinho.
Na sua altura, eu procuro proteção.

Mas minha inocência uma hora acusa
Que este carinho não parece normal.
A mão que afaga, de repente, abusa
Afaga demais, e me faz sentir mal.

Olhos que brilhavam, agora olham de lado.
Sua mão me afagava agora causa estranheza.
Seu beijo tão doce agora está mais molhado
O carinho passou a ter indelicadeza.

E o beijo passou a ser noutros lugares
Os afagos agora me causam arrepio
Titio, seus abraços me tiram os ares
Seu toque em meu corpo me deixam arredio.

Me solta… não quero…
Me deixa… me solta…
Não beija… que nojo…
Me deixa… que nojo, que nojo, que nojo, que nojo… QUE NOJO!

Não, você me sufoca, eu não quero.
Me sinto mal, não está certo, mamãe nunca fez assim.
Não põe a mão, não encosta, sai de perto, que cheiro de suor, que gosto salgado, que quer comigo?

Sou estrelinha, quero carinho, quero amor
Estou com medo, quero distância, mas que horror!

Não quero seu toque, não quero seu beijo, não quero sua boca.
Que cheiro amargo, que gosto nojento, NÃO QUERO SUA BOCA!

Shhh, meu amor, não fica assustado
Titio tá aqui, não precisa ter medo.
Te amo demais meu pequeno adorado
Mas isso agora é nosso segredo.

Só faço essas coisas porque tenho amor
Você é tão lindo, tão doce, tão puro.
Mas não vai contar para seu professor
Senão você vai estar em apuro…

Mas não quero, sai daqui.
Eu não gosto, me deixa ir.
Tô com medo, me solta.
Cadê a mamãe que não volta?

Ah, um vulto, quem chegou? Ai, MAMÃE!

Me salva mamãe, que estou sozinho
Estou fraco, com medo, me dá seu carinho.

Mamãe! Vem fazer com que ele pare
Eu não quero mais que ele me encare!

MAMÃE! Mamãe! Mamãe! Mamãe…

Shhhh! Seja boazinha, minha doce estrelinha.
Titio só faz isso porque ele te adora!
Ou você quer que mamãe acabe sozinha?
Você quer me ver triste porque titio foi embora?

Shhhh! Fica quietinho, o titio nos ama
Se ficar quietinho logo chega ao fim
Mamãe tá aqui, precisar me chama
Mas deixa o titio te beijar um “poquim”…
Shhhh… shhhhh… shhhhh...

Tá bom, mamãe, eu deixo…
Mas por dentro posso pedir socorro?

Vizinha… socorro… escuta meu choro.
Professora… socorro… me veja amuado.
Diretora… socorro… nota meu silêncio.
Enfermeira… me ajuda… olha os meus roxos.
Doutora… me ajuda… meu corpo tá dolorido.
Promotor… me ajuda…
Tia… me ajuda…
VOCÊ! SOCORRO! ESTOU SOZINHO! ME AJUDA!

No céu, havia uma estrelinha.
Que Deus apontou e falou: “vá para a Terra ser feliz!”

Eu nasci pra sorrir, não pra sofrer.
Senão, pouco a pouco, eu vou… morrer.

PC Chiorato - mai/2017

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Joguinhos emocionais

 Não são poucas as postagens que se vê por aí em redes sociais ensinando a arte da conquista, como se tornar um macho alfa ou uma mulher poderosa. O que ensinam são, de qualquer forma, jogos emocionais que desarmam gatilhos e despertam o interesse da outra pessoa. Em sua grande maioria, são brincadeiras com as emoções alheias.

Deixar de responder uma mensagem. Sumir propositalmente. Responder secamente. Não  demonstrar interesse. Fazer mistério. Ter outras pessoas... tudo brincadeiras de salão que têm seu quê de magia, mas são, inquestionavelmente, truques.

"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo",  escreveu Drummond. É o quanto basta.

E vamos aos fatos: quando a pessoa quer, ela faz acontecer. E, para acontecer, tem que haver vontade de ambas as partes.

Ausente-se, sim, mas porque você tem algo importante para fazer. Trabalhar, divertir-se, praticar esportes, viver sua própria vida e não ficar vigiando uma tela de smartphone à espera de uma reação, ou postagem, ou curtida.

A onda do "golpe tá aí, cai quem quer" é o maior exemplo da futilidade a que as pessoas se sujeitam. Golpe é lindo, quando em uma arena, ringue, octógono, onde ambos os participantes estão preparados para dar e receber seus golpes. Quando apenas um está intencionado a aplicar golpe (e refiro-me agora ao campo das emoções), a outra parte pode sair extremamente ferida.

Mas o melhor conselho que já li a respeito do relacionamento e da arte da conquista, sem dúvida é: torne-se uma pessoa atraente por criar valor a si próprio, ou seja, dedicando-se a sua carreira, cuidando de seu corpo, tendo hobbies, estudando, crescendo profissional, emocional e humanamente. Isto atrai pessoas boas para junto de si.

No mais, fica uma frase que tenho usado muito: "ausência revela uma pessoa interessante a princípio e, logo em seguida, comprova que ela é desnecessária".



sexta-feira, 21 de maio de 2021

POEMA: Eu por mim e só

Só quem me ama sou eu, ninguém mais.
Eu que me aguento com choros, chatices e ais.
Pois tantos sorrisos vazios, suspiros, olhares e planos
Foram fogo em palha ateado: hoje é; agora, não mais.

Sou eu que me amparo, eu que sinto os meus danos
Que penso as feridas, que me suporto por anos
Sou eu quem apoio, importo com projetos meus.
Meus atos nunca foram como se de ciganos.

Eu fui crente em mim, enquanto os outros, ateus.
Fui único e me fizeram mais um dos camafeus.
E, imperdoável, eu jamais, repito: jamais
Fiz mal ao meu peito dizendo-me um "adeus"...



terça-feira, 18 de maio de 2021

Cada um em seu asteroide.


"Sou um animal sentimental me apego facilmente ao que desperta o meu desejo"
, foi o que cantou Renato Russo.

No incessante desejo de encontrar alguém igual a mim, que eu costumo chamar de "a busca por alguém que seja de meu planeta", acabei por encontrar alguém que eu supostamente imaginei ser um reflexo. Mas, sejamos francos, no fundo, no fundo, todos somos solitários, vivendo como se não o fôssemos, entre outras pessoas também solitárias, todos tentando provar que estamos acompanhados. E, quer saber? Talvez não haja um planeta meu, de onde eu tenha vindo. Somos únicos, não é mesmo? Essa imparidade é fascinante e, ao mesmo tempo, triste.

Somos seres em eterna mudança, e nunca alguém será eternamente o amor da vida de outrem. Porque um dia acordamos mudados e as diferenças podem ser fatores incontestáveis para um afastamento. Pode demorar, pode ser rápido, pode ser instantâneo. A pessoa que suspira apaixonada, de um dia para outro descobre que Química só é uma ciência exata nas universidades. Eu só continuo achando que deveria ser algo de duas mãos, dois sentidos. Realmente, não é uma ciência exata e nem justa. Sequer faz sentido.

Verdade é que pessoas especiais fazem a gente enxergar fisicamente o que fora escrito na Literatura, personificam as palavras e pensamentos dos poetas de outrora. Os poemas, histórias, pensamentos passam a fazer sentido em determinadas pessoas. "Uma menina me ensinou quase tudo o que eu sei. Era quase escravidão, mas ela me tratava como um rei. Ela fazia muitos planos, eu só queria estar ali, sempre ao lado dela. Eu não tinha aonde ir", mais uma vez Renato cantou.

E descobri que não era sem motivo que Saint-Exupéry colocou o Pequeno Príncipe para morar em um minúsculo asteroide. Era ele, três vulcões, alguns baobás e sua rosa. Ah, algumas larvas que ele matava mas deixava sempre duas ou três, para virarem borboletas. Não havia outro dele em seu planeta.

E justamente quando vi aquele sorriso que era tão fácil de brotar no rosto se tornar em uma expressão sem expressão (tentem entender isso, pois foi exatamente assim que notei acontecendo) vi que vivemos em asteroides. Vi que somos nós com nossas rosas e que rosas não são pessoas (são a imagem que criamos das pessoas) e que nada em nosso planeta é igual a nós e que não há, no universo, alguém semelhante a nós.

E no fim das contas, não é a inteligência (que acho fascinante, meu Deus, como amo pessoas inteligentes!), não é a beleza, não é a história, não são as atitudes. São, sim, as emoções que vêm cada uma de um planetinha diferente.

Ainda sou relutante em aceitar que não haja outros de mim. Assumo minha burrice na teimosia de procurar, mesmo sabendo que não há muita esperança. Como o aviador de O Pequeno Príncipe, que levava consigo o desenho de infância de uma cobra engolindo um elefante. Todos achavam que o desenho era um chapéu. Ele guardava o desenho e interagia bem com todos, mas decepcionado de não ter tido mais uma vez a oportunidade de encontrar alguém com quem pudesse ser ele mesmo. 

Compreendi isso. Mais uma vez, a "pessoa especial" só enxergou um chapéu.

Eram sorrisos, eram expressões, palavras, canções, pensamentos, desejos, intenções, planos. E era Renato cantando: "e depois do começo, o que vier vai começar a ser o fim".

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Algumas verdades de que precisamos nos lembrar


A ansiedade arrebenta com a gente. Primeira coisa é o celular que não sai da mão, olhando "onlines" e "offlines" e imaginando inúmeros porquês. As ausências ou inatividades de certo perfil. Primeira coisa é jogar o celular a pelo menos dez metros de distância, silenciá-lo. Nada de pegar e brincar de "pick your poison" entre face, whats, insta, twitter, messenger.

Resolvi hoje escrever em meu blog. Tenho dedicado muito tempo escrevendo em um diário digital (monkkee.com, muito bom por sinal) e ele, prometendo ser muito seguro, tem recebido todas as minhas confidências que até o Google mataria para saber. Entretanto, ao mesmo tempo em que escrevo quilômetros infinitos de textos, meu livro está parado e meu blog está realmente uma "web", ajuntando teias.

Tenho lido e estudado muito e constatei algumas migalhas de pensamentos que, ao contrário de migalhas de afeto, podem trazer-nos algo de útil na vida. Vou jogá-las a seguir, soltas e sem critério. Leia despretensiosamente.

1. As pessoas não estão preocupadas com você.
Talvez sua mãe. No mais, todo mundo tem vida e pensamentos particulares com os quais se preocupar. Amigos querem você bem, mas não melhores do que eles. Parentes estão dispostos a ajudar, desde que seus problemas não tragam turbulência à vida deles. Isto posto, pergunte-se: por que se preocupar com o que os outros vão falar ou pensar de suas decisões e atitudes?

2. Sempre vão falar (mal).
Se você namora, ou se não namora, irão falar. Se for com uma mulher, com um homem, com alguém mais jovem, alguém mais velho, alguém da mesma idade... vão comentar. Se mudar de emprego, arrumar um emprego, deixar o emprego... advinha... falarão. E qualquer coisa que faça ou não, sempre irão falar. E sempre haverá um "mas", um "senão", um "porém" para fazer um comentário negativo, ou ácido, ou desdenhoso, ou maledicente. E à noite, enquanto você não consegue dormir por ter tomado uma decisão errada porque estávamos preocupados com a opinião alheia, estas pessoas estarão dormindo tranquilas.

3. Não faça joguinhos.
Quer no relacionamento afetivo, familiar, profissional, fraterno... ao lidar com um ser humano, seja apenas um ser humano (parece Jung falando, parafraseei). Agir utilizando gatilhos psicológicos ou técnicas de controle comportamental pode ser perigoso para ambos os lados da interação. Manipulação é pior, é covardia. O famoso "golpe" só é legal em um ringue, quando os dois envolvidos estão preparados para dar e receber golpes. Do contrário, não tem graça e é um traço de sociopatia.

4. Tudo passa.
Já escrevi um texto todo sobre isto. Mas sempre é bom recordar que as coisas ruins passarão - por isso não devemos desanimar ou desistir. Da mesmíssima forma, as coisas boas também passam - então não se iluda com nada e ninguém. Pessoas saem de sua vida (inclusive quando você não está preparado para isso, porque sequer chegaram a entrar, apesar de você desejar muito). Riqueza se gasta, emprego se muda. O clima é um sempiterno "tempestade/bonança/tempestade".

5. Homem também chora.
Quem cozinha sabe que a panela não pode ficar totalmente tampada quando levanta a fervura. Se não tem válvula para escapar a pressão do vapor, ou o conteúdo derrama, ou a panela explode. Demonstrar sentimentos não é fraqueza, é grandiosidade. Deixar-se dominar por eles, aí sim, é fraqueza. Ter controle emocional difere de demonstrar sentimentos.

6. A pessoa mais importante é você mesmo.
Cuide-se. Não implore afeto, afeição, oportunidades, cuidados ou soluções inerentes a sua vida. Tome a maioria de suas decisões pautado no seu bem maior. Não se sabote para fazer a vontade de outro.

7. Não machuque ninguém.
Se dói em Chico, dói em Francisco.

Não vou me estender muito. Hoje eu só queria mesmo era escrever para distrair, porque o pensamento está há 135 quilômetros de distância. Talvez eu seja mais coerente na próxima.

domingo, 17 de janeiro de 2021

Odeio despedidas


 "Não olhe pra trás, odeio despedidas. Diga até mais, mesmo se for adeus".

Esta frase é da canção "Até Mais", gravada em 1999 pelos Engenheiros do Hawaii e sua letra tem muito a ver com meus sentimentos e atualmente até mesmo com minha vida e seus acontecimentos.

Minha depressão é intrínseca às despedidas. Ainda é muito viva em minha memória as despedidas de meu pai para ir trabalhar em outra cidade. Eu sabia que ele estaria de volta na outra sexta-feira, mas esta certeza de breve retorno nunca foi o suficiente para que eu não chorasse todo domingo à tarde quando o via sumindo na curva da esquina para ir à rodoviária.

Nunca gostei de dar tchau para as pessoas. Sempre olho para trás quando me despeço de alguém. Sempre olho a pessoa indo embora quando ela diz até logo. E isso sempre me machuca.

Odeio ir a velórios. E não por causa da tristeza que permeia as pessoas. Mas é o porque naquele momento estamos nos "despedindo" da pessoa que faleceu.

Odeio ir a hospitais. Também não por causa da tristeza. Mas porque visitamos o doente e depois temos que nos despedir dele. E eu queria ficar, indiferente de quem seja o paciente. Só não quero me despedir.

Eu geralmente não me despeço, eu desapareço silente. Tchau, até logo, até breve, até mais, se cuida, falou - todas estas expressões são como chibatadas emocionais em minhas costas. A palavra "adeus" então, é um tiro de misericórida. Elas me entristecem, tiram-me o sono, deixam-me cabisbaixo e pensativo.

Estou solo. Não foi uma escolha minha, só respeitei.

"Não foi assim que eu sonhei a nossa vida. 
A despedida seria até logo mais.
Mas a vida não permite ensaios..."

Aconteceu. Assim como aconteceu uma série de eventos que acabaram me transformando em persona non grata a um sem número de pessoas. E ninguém, exatamente ninguém, faz idéia de quanto dói em mim quando alguém me vira a cara ou me ignora propositalmente. Já escrevi em outros textos deste blog que a psicóloga informou-me que tenho a sensibilidade aflorada e que os sentimentos, inclusive as dores, são multiplicadas por 10. Ninguém pelo visto sabe o que isto significa. Viram a cara sem dó. Machucam-me como se desferissem punhaladas.

"Não olhe para mim como se eu fosse invisível
Como se fosse possível enxergar nessa escuridão."

A dor nos torna mais fortes. É assim nos treinos físicos. Está sendo assim na vida. Fortalece-me pensar nos finais de tarde: momento mais triste do dia, quando o sol se despede. E tudo o que se despede me fere. Estou aprendendo a dizer adeus sem sofrer com isso. E finalmente vai fazer sentido o trecho final da canção que mencionei lá no início:

"Não podia durar para sempre,
Não podia ser diferente,
Não poderia ter sido melhor


CLIQUE AQUI para ouvir "Até Mais"

sábado, 2 de janeiro de 2021

Pessoas fazem mudanças, não os números.

 Ontem, tinha 500 amigos. Hoje, 500 pessoas não me olham na cara literalmente.

Com essa verdade pessoal eu inicio meu texto de hoje, que foi inspirado por uma frase que li nas redes sociais referentes à mudança de ano que aconteceu recentemente.

Na postagem a que me refiro, havia um calendário animado, e o autor escreveu uma frase, em tom de crítica, dizendo que o ano é apenas uma métrica temporal, e que não é ele que realmente muda para trazer alívio, mas são as pessoas que têm que mudar.

Isso deu um "bum" na minha mente. Fez-me pensar na verdade por trâs do texto e também em sua ignorância velada.

Sim, concordo que o senhor da mudança é o próprio ser humano, com sua capacidade de se adaptar às variações, de se reorganizar no caos, de criar novas lógicas para entender o inexplicável. Exatamente, é o ser humano que promove a metamorfose.

Mas a mudança que o mundo exige é em massa. E se não for posto um gatilho, o que vai acontecer é um choque de pensamentos.

O que quero é observar os fatos. Todo mundo estava acreditando que 2020 foi um ano ruim. E convenhamos, ele foi. Apesar de que temos de concordar que em partes ele foi saneador, tirando da vida das pessoas muitas das coisas que elas por si só não teriam coragem de deixar para trás.

Mas o ano trouxe muitas perdas, muita preocupação, mortes impensáveis. Foi em 2020 que sumiram os toques, os abraços, os apertos de mão, a proximidade, o contato. As palavras de ordem foram isolamento, sacrifício, aceitação, submissão.

Sim, concordo e muito de que não há magia em uma mudança de número. Por isso penso que 2021 é somente um ponto de encontro, um gatilho, um local de START: "vamos começar a ser felizes a partir de agora?". E todos respondem "Siiiiimmm". 

Assim se lida com massa. Então, convenhamos que  é necessário. Sei, 2021 é um número. Quando eu tiver minha casa, ela terá um número, e todos saberão que podem me encontrar lá. Se eu não tenho um número, não me encontram.

Um ano é um número. Mas... já que, mesmo a contragosto, 2020 podou tudo de nós e nos deixou zerados (e limpos)... vamos combinar de nos reencontrar em 2021?