Assisti há pouco uma matéria sobre as "cidades do pôr do sol" nos Estados Unidos.
O nome seria até poético, se o seu significado não fosse algo extraordinariamente torpe e podre: nestas cidades, os negros não podiam circular após o pôr do sol, sob risco de serem agredidos ou até mesmo mortos. Em algumas delas os japoneses também sofriam retaliação.
Logicamente, esta era uma prática do passado, apesar de ser a meu ver um tanto recente, pois data de 1950.
Tal ódio racial, porém, parece continuar até os dias atuais. Haja vista que a equipe de reportagem, cujo produtor era negro, foi expulsa de um Café enquanto gravava a matéria. A alegação era de que os clientes estavam se sentindo incomodados com ele.
Concordo com Voltaire, que escreveu: "Preconceito é opinião sem conhecimento."
Hoje me disseram que devemos buscar a Utopia. Então vou lançar a minha: um mundo em que sequer se cogite utilizar a cor da pele para dividir os seres em grupos. Um mundo em que nunca se use a raça de uma pessoa para descrevê-la. Um mundo em que simplesmente sumisse de nossa percepção o detalhe da pele.
Está muito difícil amar nos dias atuais. Sobre o uso indiscriminado da palavra "amor" tratarei no meu próximo texto.
Hoje, contudo, quero salientar que não consigo conceber que a cor de uma pessoa seja mais um motivo para justificar a falta de amor. Como pode a cor ser empecilho para amarmos?
Quando eu vou comprar roupas, aí sim, eu evito de comprar uma peça cuja cor é repetida. "Ah, já tenho uma camisa azul, então vou levar a amarela".
Concernente a afetividade, nunca a cor deveria interferir nas escolhas. Não sou contra as cotas em faculdades, em filmes, em novelas. Mas eu simplesmente não vejo a hora de um dia não serem mais necessárias as imposições para que se contrate um ator negro, ou para que eles tenham a possibilidade de estudar em pé de igualdade com todas as outras pessoas.
Um dia em que seja banida a pergunta "cor da pele" de todos os formulários, porque essa informação seria totalmente desnecessária.
Concordo com a frase de um autor desconhecido que diz que "O preconceito é a única defesa dos pobres de espirito."
E finalizo deixando meu desejo mais sincero de uma sociedade em que detalhes não façam diferença.
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