quarta-feira, 12 de junho de 2019

Aconteça o que acontecer, não olhe nos olhos!


Quero registrar um alerta aos poetas, aos românticos, aos de sensibilidade aflorada. É algo sério e realmente importantíssimo de se levar em consideração: quando conhecerem alguém, seja quem for, em um momento em que não estão preparados para mudanças, atentem bem: ACONTEÇA O QUE ACONTECER, NÃO OLHE NOS OLHOS!
É sério, não estou brincando. Quando Exupéry escreveu no seu Pequeno Príncipe que "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos", ele não estava brincando.
Funciona assim: nossos olhos enxergam um corpo, curvas, cabelos, compleições, ações, sombras, vultos, chegadas, saídas... em suma, enxerga o que definitivamente não interessa a almas maiores.
Contudo, quando nossos olhos se cruzam com outros olhos, eles assumem uma nova função. São pórticos de coração para outro coração. Gente, é sério isso.
Quando um coração passa a enxergar outro coração, o que se segue é uma conexão, é uma doce contemplação e um encantamento que podem despertar alguns sentimentos e sensações. E poetas não têm filtro nem proteção: machucam-se. Falta-lhes a couraça de ogro, que seria tão necessária em determinados momentos.
Poetas entregam-se, envolvem-se, desejam, querem cuidar. Fagner cantou: "Quando penso em você, fecho os olhos de saudade"  porque uma vez que os olhos se encontraram, não são mais necessários, é um átimo de segundo para tudo acontecer. As impressões se tornam indeléveis, ficam na mente, descem ao coração, imperam nos pensamentos incrementados de sentimentos. Isso dói demais! É sério!
Foi assim que sempre aconteceu. E o princípio foram sempre os olhos. Nunca olhe neles, porque quando se percebe um coração pulsante na outra pessoa, não há como escapar dessa prisão.
Se não quiser me ouvir, arrisque-se. Olhe nos olhos e prepare-se para demorar a dormir, para acordar de madrugada, para sonhar, para pensar sempre, querer sempre, desejar sempre. Desejar presença, querer conversas, sentir necessidade de atenção. E a maldita reciprocidade...
Juro para você... não olhe nos olhos, poeta... é sério.
Olhe para o chão. E se me encontrar por aí, também peço que se preserve e não me olhe nos olhos. Caso contrário, entenderá o sentido do que cantou Kurt Cobain... "Se meus olhos mostrassem a minha alma, todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo".

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