segunda-feira, 3 de junho de 2019

Queimando a língua com meu chá

Já não é tanta novidade o fato de que substituí meus inúmeros cafés com açúcar por tomar chá (na verdade, tomo meia xícara de café no Pereira, como falei no texto anterior).
E quando entrei no mundo dos chás, descobri que há diversas opções, algumas até requintadas. E gostei demais de um chá que mistura hibisco, rosa, canela, laranja e maçã. Facilmente tornou-se meu sabor preferido.
Mas hoje inadvertidamente enquanto fazia um serviço, esqueci-me que havia acabado de colocar água fervendo em meu chá e queimei minha língua.
Geralmente eu deveria praguejar todas as gerações da água, do chá e minha por causa da dor que estava sentindo.
Mas foi uma reação surpreendente a minha: como era o chá que eu gostava, a dor não foi tão intensa, não praguejei, não me exaltei... e até resolvi escrever sobre isso!
Neste momento, a dor já não me incomoda e só sinto ainda o sabor delicioso do chá.
Lembrei-me do escritor francês, Anatole France, que registrou: "Sabendo sofrer, sofre-se menos".
Não que eu saiba sofrer, mas o sofrimento remediou-se porque me machuquei involuntariamente com algo que eu gosto muito.
E não são assim os relacionamentos? Não há quem entre em um relacionamento sem ter momentos de sofrimento. (A menos que tenha sido uma escolha que se mostrou errada, e então o sofrimento passa a ser eterno... mas falo disso em outro texto. Hoje estou me referindo de um modo geral e não a mim, rs).
Muitas das vezes, o sofrimento é causado não pela outra pessoa mas por nós mesmos e nossas ansiedades, nossos pensamentos e ponderações erradas.
A gente traça ideias errôneas, faz conjecturas um tanto quanto desconexas e cria um sentido torpe para alguma situação. Sofre porque quer, porque cria razões. 
Aconselho a você, amigo leitor, que analise-se. Conclua-se e entenda-se. Relativiza-se quando a barra estiver difícil e pesada para suportar. Amor é para causar bem-estar, acredite.
Mas, se não acreditar, fica o consolo das palavras de Victor Hugo aos românticos incorrigíveis: "Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele".

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