Vai por mim. Se não sentir vontade de fazer Poesia, você é abençoado. Pare de ler isto e seja muito feliz (de verdade! Sempre disse que a ignorância é uma bênção).
Mas há alguns seres humanos que sentem. Sentem em profusão, com multiplicador embutido, em doses cavalares qualquer sentimento que seja. Para estes, o texto que se segue.
Para fazer Poesia, primeiramente sinta.
Sinta o que quiser. Ódio, carinho, desejo, inveja, orgulho, cansaço, tristeza, medo, apreensão, ansiedade, exultação, felicidade, desespero, ciúme, gratidão... qualquer uma das mais de 400 emoções, sensações ou estados já catalogados.
Ah, tem o amor também...
Ao sentir, intensifique esta sensação. A ponto de perder o ar. De perder o sono. De perder a fome. De não encontrar mais o sentido da vida de tão intenso passou a ser esse sentimento.
Quando não for mais suportável, impossível de manter sob controle, escolha seu método de Poesia: papel, tela, instrumento musical, madeira, rocha, sucata, sei lá... tudo aquilo que se permite imprimir personalidade.
Mire e... faça a Poesia!
Se não for intenso, não será Poesia. Se não vier de dentro, não é Poesia. Se não causar alívio, com toda a certeza não é Poesia.
E dane-se a opinião alheia. Poesia é libertação. Poesia não é entretenimento de plateia. Ela retrata a alma de quem a criou. Não deve ser entendida, porque não se entendem plenamente as almas. Ela serve para ser apreciada, como a oportunidade de enxergar o que está oculto e praticamente inescrutável na mente e no coração de uma pessoa.
Disse Quintana que "A poesia não se entrega a quem a define.". Verdade. Poesia é arisca, não dá para traçá-la em linha reta, desossá-la, autopsiá-la.
Criada a Poesia, estime-a. É seu eu secreto personificado. Admire-se. Veja-se. Contemple-se.
E assim se faz Poesia. Simples e perigoso.
Mas um aviso: se ao ver a Poesia de outrem você sentir o coração tremer... cuidado.
A maldição também está em você.
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