terça-feira, 13 de setembro de 2016

Depressão se vence sozinho

O título deve ter despertado uma infinidade de opiniões contrárias. Mas vou explicar.
Concordo que vencer a depressão é algo extremamente difícil e trabalhoso e que precisamos contar com o apoio da família, dos amigos, das pessoas achegadas. E elas são fundamentais no processo de recuperação de alguém com depressão, sem dúvida.
Mas não podemos desconsiderar um fato importante, que passo a expor:
A depressão em seu auge, apresenta sinais clássicos, tais como tristeza profunda, isolamento, falta de apetite (ou fome excessiva), falta de sono, irritabilidade, desinteresse, apatia.
Quando estes sintomas estão intensos, as pessoas ao redor percebem e ajudam. Dão amparo, preocupam-se, fazem de tudo para animar o depressivo.
Mas a depressão tem altos e baixos. E de repente, a pessoa triste começa a se animar, volta a comer, sai do quarto, levanta-se da cama.
Ela parece, mas não está curada! E é aí que as pessoas que ajudam se enganam.
Acham que a depressão acabou e voltam a tratar o depressivo como uma pessoa igual as outras. Voltam a cobrar dele, achar que certas atitudes são "frescura", acham que certas palavras não os machucam mais. Tem vezes que o depressivo encontra forças em uma ideia, em algum serviço... e chega uma pessoa e com duas ou três palavras joga água na fogueira.
E a depressão volta com mais intensidade.
Por isso a razão do título desta postagem.
Quando os sintomas da depressão somem, e ela está lá incubada esperando voltar, é o momento do depressivo lutar. E na maioria das vezes, não vai achar mais apoio, pois as pessoas querem ver os sintomas e se não existem, acham que não há mais doença.
O conselho é: lute. Porque é possível vencer a depressão, mas a batalha final será, imprescindivelmente, solitária.
Como na pesada frase de Nietzsche:
"Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti".



Nenhum comentário:

Postar um comentário