De qualquer forma, não me sai da cabeça o Soneto de Fidelidade de Vinícius.
"Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"
Às vezes, bastam detalhes, "quês" mal definidos, palavras mal colocadas, atitudes impensadas ou incompreendidas e de repente muda-se o que parecia ser imutável.
Casamentos chegam ao fim, fé é questionada, time sai do coração, vocação "desvocaciona-se".
É como a conversa no País das Maravilhas entre Coelho e Alice:
"Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: Às vezes apenas um segundo."
Desistir também é opção.
Quando se trata de relação interpessoal, não se pode exigir reciprocidade proporcional, isto é, ninguém pode amar e exigir ser amado, por exemplo.
Ninguém pode doar-se e esperar doação em troca.
Mas é preciso ponderar se ao menos o respeito à essência humana existe.
Somos produtos com data de validade. Alguns ainda têm um prazo reduzido por conta de algum imprevisto. E tempo é sem dúvida um bem precioso. Os mais ricos nesse quesito, como a francesa Jeanne Calment, teve 122 anos e 167 dias para esbanjar. Nossa expectativa no Brasil é 73,6 anos e há escritores que não sabem se conseguem virar o ano.
Por isso, como se sujeitar a uma pessoa que o despreza em dados momentos? Que não reconhece o bem que lhe quer? Que um dia é amores e outros lhe toca terrores?
Como se sujeitar a situações sentimentais, laborais, relacionais que lhe deem dores no peito, angústias, ansiedades? O cronômetro está rodando de trás para frente.
Em conclusão, ponderemos: mesmo que ainda nos importe muito algo ou alguém... se não nos valoriza, deixe.
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