segunda-feira, 27 de maio de 2019

O impasse da decisão

Decisões.
Por que será que são tão difíceis de serem tomadas?
Bom, tem umas fáceis. Resolvi hoje de manhã ir trabalhar com uma roupa e na hora do almoço eu coloquei outra. Por nada, só porque quis. Decidido.
Mas há decisões que implicam em mudanças radicais. E eu não tenho medo de mudanças. Não temo o desconhecido.
Tenho medo de apenas uma coisa: certas decisões trazem consigo a sensação de sermos ingratos, quiçá desleais. Isso é a única coisa que me amedronta.
Napoleão Bonaparte comentou que "Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir". E realmente certas decisões são difíceis de serem levadas a cumprimento.
Fazer outro sofrer por sua causa, porque você decidiu algo melhor para si. Ah, como seria bom se eu tivesse o egoísmo necessário para encarar isso como lei da natureza! Como queria que fosse tão fácil quanto decidir que hoje iria tomar chá de hortelã.
O autor do best-seller "Diário de uma Paixão", Nicolas Sparks, escreveu justamente o que tenho dificuldade de realizar: "Nesta vida é inevitável magoarmos pessoas inocentes por conta das decisões que tomamos". E eu, como poeta, preferiria milhões de vezes ser o inocente magoado do que o contrário.
Mas não facilitam para mim. Não tomam a decisão que eu precisava que fosse tomada. E eu quero decidir. Preciso respirar. Preciso sorrir. Preciso ser eu. Arrancar esse aperto no peito toda noite, dirimir a angústia que me acomete aos entardeceres.
Mas confesso ser covarde. A mesma covardia que me mantém vivo, corrobora com os motivos que me fazem desejar o oposto.
Por isso, que neste pouco tempo que resta a decidir, vou confiar nas palavras de Caio Fernando Abreu: "Não valorizou, perdeu, só espero estar sempre tomando as decisões corretas, pois se for meu, volta, se não for pra ser, Deus sabe o que faz".
E Deus, caro leitor amigo, não é indeciso.

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