Em minha cidade, Espírito Santo do Pinhal, iniciei uma carreira na TV local apresentando um programa APTV Esporte. Ao lado do dono do programa, Roberto Duarte, começamos a fazer sucesso ao fazer piada com os jogadores e entrevistados. O humor alavancou o programa por seis anos e ainda o mantém de pé.
Ano passado, reuni com os amigos Paulinho Parolin e Álvaro JP e iniciamos o programa "Café com Risada" na rádio Interativa 106,3 FM. O nosso programa de humor tem atraído a atenção de muita gente e pode ser ouvido nas quintas das onze ao meio-dia e nas sextas das onze à meia-noite pelo radio.net.
O humor é um nicho que tem muito futuro no Brasil e no mundo. Haja vista o sucesso de séries como "The Big Bang Theory", "Two and Half Men" etc.
O humor é salutar, o bom humor é essencial para aguentar as agruras da vida.
Mas aí me recordo de Clarice Lispector dizendo "já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz."
Esta frase mostra que nem todo mundo tem o dom de ser engraçado, mas todos se aventuram a dar seus pitaquinhos no humor. O que seria bom, não fosse pelo que vou comentar a partir de agora.
A Polícia Federal está investigando um caso gravíssimo de carnes sem qualidade, estragadas ou misturadas com substâncias as mais diversas.
Pois bem, entra em cena nossa mania de fazer piada, relevando a gravidade de um assunto de saúde pública que escancara os limites do absurdo.
Vamos raciocinar: quem é lesado numa loja, posta os maiores impropérios nas redes sociais. Quem sofre uma desilusão, uma traição, uma decepção amorosa, posta um milhão de frases de efeito, xingamentos, mas nenhuma piada.
Fazer piada com relação a assuntos sérios dá a entender que não nos preocupamos, é como dizer: "relaxa, não estou tão zangado assim". Talvez fosse de bom tom deixar aos profissionais do humor fazer isso. Nosso papel de cidadãos é cobrar resultados.
E enquanto os brasileiros fazem piada de tudo, não nos damos conta de que nós é que viramos piada de tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário