sábado, 2 de janeiro de 2021

Pessoas fazem mudanças, não os números.

 Ontem, tinha 500 amigos. Hoje, 500 pessoas não me olham na cara literalmente.

Com essa verdade pessoal eu inicio meu texto de hoje, que foi inspirado por uma frase que li nas redes sociais referentes à mudança de ano que aconteceu recentemente.

Na postagem a que me refiro, havia um calendário animado, e o autor escreveu uma frase, em tom de crítica, dizendo que o ano é apenas uma métrica temporal, e que não é ele que realmente muda para trazer alívio, mas são as pessoas que têm que mudar.

Isso deu um "bum" na minha mente. Fez-me pensar na verdade por trâs do texto e também em sua ignorância velada.

Sim, concordo que o senhor da mudança é o próprio ser humano, com sua capacidade de se adaptar às variações, de se reorganizar no caos, de criar novas lógicas para entender o inexplicável. Exatamente, é o ser humano que promove a metamorfose.

Mas a mudança que o mundo exige é em massa. E se não for posto um gatilho, o que vai acontecer é um choque de pensamentos.

O que quero é observar os fatos. Todo mundo estava acreditando que 2020 foi um ano ruim. E convenhamos, ele foi. Apesar de que temos de concordar que em partes ele foi saneador, tirando da vida das pessoas muitas das coisas que elas por si só não teriam coragem de deixar para trás.

Mas o ano trouxe muitas perdas, muita preocupação, mortes impensáveis. Foi em 2020 que sumiram os toques, os abraços, os apertos de mão, a proximidade, o contato. As palavras de ordem foram isolamento, sacrifício, aceitação, submissão.

Sim, concordo e muito de que não há magia em uma mudança de número. Por isso penso que 2021 é somente um ponto de encontro, um gatilho, um local de START: "vamos começar a ser felizes a partir de agora?". E todos respondem "Siiiiimmm". 

Assim se lida com massa. Então, convenhamos que  é necessário. Sei, 2021 é um número. Quando eu tiver minha casa, ela terá um número, e todos saberão que podem me encontrar lá. Se eu não tenho um número, não me encontram.

Um ano é um número. Mas... já que, mesmo a contragosto, 2020 podou tudo de nós e nos deixou zerados (e limpos)... vamos combinar de nos reencontrar em 2021?



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