sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Sobre desmandos e desgovernos

Quando decidi entrar para a carreira de palestrante motivacional, procurei focar-me em psicologia e filosofia, relacionamentos humanos e sentimentos. Não queria entrar em conteúdos políticos, mas realmente os desmandos dos mandatários nacionais têm me feito desfrutar de sentimentos que estão me fazendo mal... preciso desabafar um pouco.
Voltaire escreveu que "o melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis".
Concordei com ele cada uma das vezes que o telejornal anunciou aumento do preço dos combustíveis. Também pensei nisso enquanto sentia raiva vendo tantas mudanças na previdência para garantir o futuro, ao mesmo tempo em que se criava um super fundo para campanhas políticas.
E quero falar da corrupção. Do aumento ínfimo do salário mínimo em detrimento dos desvios de milhões para políticos, das propinas milionárias, dos gastos exorbitantes para comprar o direito de ter a Copa e as Olimpíadas em solo nacional. Do político que tinha R$ 51 milhões em dinheiro vivo estocados em um apartamento. O Brasil está a um ponto em que chegamos ao cúmulo de pensar que seria até permissível deixar que se roube só uns R$ 20 mil/corrupto. Afinal, o impacto seria irrisório.
Junto com a raiva, há ainda uma certa tristeza, pois Drummond escreveu que "democracia é a forma de governo em que o povo imagina estar no poder". E quando vemos uma população totalmente alienada, concluímos que ele tem razão.
Um povo que ama ficar erguendo bandeiras no Facebook, brigando na rede social, imaginando que tornará o mundo um lugar melhor com o poder de um like ou de um coraçãozinho. Mas que não gosta de estudar, de aprender, de escrever certo, que não sabe evitar colocar paixão cega em tudo.
A falta de instrução é a maneira mais fácil de massificar, domesticar e controlar um povo. Controlar milhões de pessoas com programas de TV, com estilos musicais, com times de futebol, com siglas partidárias. Não há um ideal, não há uma posição racional - porque se fosse racional, poderia ser modificada com ideias lógicas.
Como animais numa gaiola invisível, assim são as pessoas que se entregam a paixões cegas e não estão dispostas a mudar de posição ou pensamento por simples egoísmo, porque seu umbigo mandou ele escolher aquilo, porque o dele é melhor. E vão seguindo serenos na linha do tempo carregando em seus pescoços a coleira imposta pelos seus senhores.
Ninguém se faz menos escravo pelo fato de ter optado pela escravidão.
E isto foi apenas um desabafo...

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