"Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior", disse Martha Medeiros.
O que pretendo ressaltar é o ato heroico de muitas pessoas de se fazerem fortes mesmo estando arrebentadas emocionalmente. Conheço algumas.
Suas histórias são as mais diversas e seus problemas, inúmeros. Mas sempre têm um sorriso para distribuir, um conselho para dar, uma companhia boa para oferecer.
Desculpe perguntar mas, como não subir ao palco, Martha, se o show tem que continuar?
Sei e sinto que a vontade de esconder-se nos bastidores é tamanha e que realmente substituir a lágrima por um sorriso faz doer ainda mais. Seria até mesmo um ato de autopreservação evitar maquiar tristezas, relutar contra os sentimentos (imagine aqueles cuja condição emocional os fazem sentir diversas vezes mais intensamente?).
Mas o mundo precisa de cada um de nós, mesmo que imaginemos o contrário. Se não fosse assim, as pessoas não se interessariam tanto pela vida umas das outras. O ser humano é um ser social, e só consegue tirar suas conclusões mediante comparações. Por isso precisa tão encarecidamente de outrem.
Salvo exceções encontradas em empreendedores e pioneiros, o ser humano progride tentando atingir o patamar alcançado por alguém a quem admira. Da mesma forma, consola-se ao notar que outros estão em condições piores do que as suas. "Tanta gente passando fome e você aí nem tocando no arroz", diz a mamãe para o filho enjoadinho.
O show deve continuar, é uma frase bem conhecida. E somos os agentes deste grande espetáculo chamado vida em um imenso palco chamado universo.
Por isso é difícil, por isso é doloroso... porque todos nos querem para parâmetro, para comparar-nos, para analisar-nos e, inevitavelmente, criticar-nos.
Por isso Renato Russo cantou: "Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim..."
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