terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Procurando outros de Marte

Estava na academia Sport Life conversando com meu amigo Ricardo Julião. De repente, no decorrer de nossa conversa, ele soltou uma frase que não sai mais de minha cabeça: "De domingo a gente não pode ficar triste, porque podemos escolher para onde vamos e quem encontraremos."
É um pensamento tão simples e tão profundo que invejei o Ricardo por não ter sido minha essa ideia.
De segunda a sexta a gente tem que ir trabalhar, quer gostemos do ambiente e dos colegas, quer não. Passamos grande parte de nosso tempo nos relacionando com quem talvez não quiséssemos sequer estar perto.
Mas os finais de semana são, de certa forma, a nossa alforria. Se vou a um lugar é porque gosto dele.
Se vou me encontrar com uma pessoa, é porque eu desejo estar com ela.
E de inveja passo à vergonha. Porque ainda não consegui ser suficientemente senhor de minha vida a ponto de ter esse poder de escolha.
Quem inventou que estamos vivendo para pagar pecados ou cumprir karmas, mentiu. Estamos no mundo para sermos felizes, para fazer o mundo melhor e contribuir para a felicidade de outros. E não é o que fazemos.
Quem colocou em nossa cabeça que é preciso sofrer para alcançar o divino? Quem criou esta cilada de penitência para salvação, acabando por proibir que mais pessoas sorriam?
Tenho passado meus finais de semana na cama. E o motivo é não ter para onde ir e não ter com quem encontrar para conversar. Não tenho pessoas iguais à disposição para poder desfrutar de meu momento de liberdade.
E na falta de alguém que me entenda, ou de um lugar que me abrigue, refugio-me na cama, que lá os sonhos se encarregam de divertir ou tapear meus pensamentos.
Há um texto que diz: "É penoso viver com desiguais."
Então, que possamos ter bons domingos.



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