segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Sobre amar a lua e sobre blindar-se

Decidi que, dentre minhas postagens normais, escreverei uma série de artigos voltados especificamente aos poetas. Poetas se machucam fácil demais, pois manuseiam os sentimentos e lidam com pessoas que não os sabem manusear.
Um poeta é culto, delicado, sofisticado, cool. A melhor e sempre preferível companhia.
Mas há pessoas que os machucam, maltratam. Pois sabem que o senso de lealdade dos poetas os faz perdoar e continuar gostando delas.
Hoje quero explicar sobre o amor do poeta para com a lua.
Claro que poetas podem ter por foco amar estrelas, planetas, o mar, flores. E estes acabam por ser personificados pela pessoa que os inspira.
Honra maior é ser, por exemplo, a lua de um poeta. Personificar o objeto de inspiração de um poeta é o mais sublime e elevado elogio que pode ser dado a um mortal.
Mas há aqueles que não pensam assim. E agora vem o alerta para meus amigos que, assim como eu, carregam a sina de sentir demais: muito maior que a pessoa, é ela personificar sua inspiração. Se eu amo a lua, uma pessoa pode ocupar esse lugar até deixar de merecê-lo.
Poeta: você é maior que os mortais.
A pessoa pode ser sua lua, até que deixe de merecer ser sua lua. Outra pessoa poderá ocupar esta honraria. Ame sempre a lua, mas não entregue sua vida a quem a personifica. VOCÊ É MAIOR, POETA!
Raciocínio simples e lógico que comprova minhas palavras: o que diferencia o ser humano de um animal é a capacidade de lidar com sentimentos.
Um cão pode "amar" seu dono, como "amaria" o líder da matilha.
Dizia Machado de Assis que "o gato não nos afaga, afaga-se em nós."
Isso é instintivo. Perdoem-me os defensores dos animais. Gosto muito de minha border colie Meg. Ela é muito amorosa, companheira, carinhosa. Mas já mordeu minha mão várias vezes quando fui dar algo para ela comer. Se ela fosse humana e poeta, saberia pegar com cuidado para não me machucar.
O que eu digo é que por mais que eu goste de minha cadelinha, ela nunca seria poetisa e nunca seria minha lua. E pessoas que agem por instinto, assim como os animais, também não podem ocupar esses cargos.
Pessoas não rosnam para você, não o mordem. Mas o bloqueiam de suas redes sociais sem motivo. Soltam palavras que machucam e sangram na alma.
Não se pede para um poeta esquecer. Não se faz referência a um poeta como "rolo".
Poetas, blindem-se. Protejam-se de quem os trata como iguais aos outros. Quem não valoriza o poeta não merece ser sua lua, sua estrela, seu céu ou seu mar... simplesmente não merece.
E assim como escreveu Kate Dummond: "Parei de me importar. Comecei a me valorizar. E não é o amor por outro alguém que me dispõe essa felicidade. É o amor e respeito comigo mesma! Agora esse é meu lema: me amar, antes de procurar amar alguém!"

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