terça-feira, 23 de agosto de 2016

Nosso poder de ser ou de não ser

Um dos quadros que me chama muito a atenção e que acho deveras lindo é justamente um quadro que tempos atrás eu achava horrível: Guernica, de Pablo Picasso.
Um quadro em preto e branco, com desenhos cubistas, disformes e de difícil interpretação.
Picasso foi um gênio. Seu quadro foi um protesto contra as guerras, em especial contra a ditadura do general Franco, que havia ordenado a destruição do vilarejo chamado Guernica.
Mas o ponto que destaco é que meu pensamento mudou quando passei a enxergar o quadro de forma diferente, entendendo seu real sentido e dando-lhe seu real valor.
No relacionamento humano, quantas vezes deixamos a primeira impressão nos afastar das pessoas, afastar-nos de um possível verdadeiro amor, de um possível grande amigo. A primeira impressão, que dizem ser a que fica, é na verdade a que prejudica.
Conhecer uma pessoa demanda tempo e interesse. E o mundo precisa que tenhamos essa dedicação.
Do contrário, abrimos espaço para o preconceito, que chega de mãos dadas com a primeira impressão.
Quando o personagem Hamlet, de Shakespeare, proferiu a famosa frase: "ser ou não ser, eis a questão" ele estava apontando uma verdade profunda: temos em nossas mãos o controle para sermos ou deixarmos de ser aquilo que quisermos.
Mas nos esquecemos disso, não buscamos nossa transformação, não investimos no conhecimento intrapessoal, e nem no interpessoal.
Deixamos escapar as belezas da relação humana por entre os dedos, e passamos a deixar de ser o que mais queríamos ser: felizes.
E enquanto agirmos assim, Guernica nunca vai deixar de ser um enigma e nosso íntimo vai ser uma eterna guerra civil.


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