quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Quando é preciso dor para amenizar a dor

Da mesma teoria de que "somente um amor para esquecer de outro amor", há jovens que acreditam piamente que "dor com dor se cura". Trágico, mas exatamente assim é como acontece.
Por diversos motivos, o adolescente tem em seu íntimo a tempestade das mudanças, os problemas de relacionamento, a busca por seu lugar, o conflito consigo mesmo para tentar entender quem ele é, do que gosta e que rumo deseja tomar (lembrando que parado também é um rumo), a solidão.
E isso dói. Senhores pais e adultos, se não doía no seu tempo, paciência... hoje dói e muito.
Essa dor interna é tão forte no peito (claro, na mente, mas parece ser no peito) do adolescente, que na busca ensandecida de encontrar alívio... ele se corta.
Longe de tentar se matar, a automutilação é uma tentativa desesperada de encontrar alento. E realmente a dor física parece amainar a dor emocional.
Isso não é moda, tampouco loucura. É realidade e um problema que preocupa educadores e profissionais.
Uma dica aos mais antigos: entender o adolescente é o primeiro passo para tê-lo ao seu lado e cuidar dele.
Uma dica aos adolescentes: há uma outra forma de aliviar essa dor em seu peito, sem necessariamente causar-lhe dano.
Do poeta Renato Russo, em sua canção Clarisse:
"Ninguém me entende, não me olhe assim com esse semblante de bom samaritano cumprindo seu dever. Como se eu fosse doente, como se toda essa dor fosse indiferente ou inexistente".


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