sábado, 22 de outubro de 2016

Eu te amo, Falsiane!

Em minhas palestras, ressalto a importância em equilibrar nossa vida, numa sociedade tão cheia de razão, com uma boa dose de emoção.
Os tempos mudaram, e os sentimentos precisam estar permeando os pensamentos racionais para que tudo possa ocorrer dentro da normalidade, dentro do equilíbrio.
Mas há uma vertente que vem me chamando atenção. As adolescentes a denominaram "Falsiane".
Quem se aventura pelo Facebook, vai notar o que digo: há uma maré de postagens em que a palavra "amor" e suas derivações viraram doce nos dedos dos facers.
Cada foto postada, vemos um exército de emoticons (aqueles desenhinhos) de coração e a frase: "te amo para sempre", "meu mozi", "amorzinha", "minha amada" e por aí vai.
Mas o sentimento, via de regra, é semente. Precisa ser plantado e cultivado. Não se ama sem história.
Amor à primeira vista é paixão. Amor sem história é devaneio.
Conheço pessoas que postam que amam, depois xingam, amanhã estão "de mal", depois fazem as pazes, então não se falam mais.
Claro que os adolescentes estão numa época em que afloram os sentimentos, e eles tentam experimentá-los todos ao mesmo tempo. Mas tem gente que carrega isso para a vida adulta. Não seja uma Falsiane, que finge sentir algo, mas não o demonstra.
Sentimentos são demonstrados. Não dá para esconder uma árvore frondosa. Da mesma forma, um sentimento bem arraigado e verdadeiro não dá para se disfarçar.
Fuja dos rótulos, evite o modismo. Dizer "eu te amo" para tudo e todos está na moda. Seja mais original e fale o que realmente sente.
Vamos abrir a temporada de caça às Falsianes. Extingui-las.
E para todas as Falsianes, ofereço a frase de Cazuza (que com certeza elas aaaamam): "Não quero que finja sentimentos por mim, não quero que segure a minha mão se tem intenção de soltá-la. Só quero o que for verdadeiro".


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